segunda-feira, 2 de março de 2009

PARCIVAL E O ZE-CARLOS DO BLOG TRANSDISCIPLINAR OU REFLEÇÕES ( CONFUSAS) SOBRE A COMPAIXÃO

Parcival na sua procura do Santo Gral (nem faço ideia como é Gral em português) teve o privilegio de encontrar o sitio onde se guardava esta joia desejada por todos. La estava o rei mitológico, guarda do gral, simbolo de toda a sabedoria, a espiritualidade, a felicidade que se podem encontrar nesta vida. E esse guarda do gral, muito doente, não esperava de Parcival nada mais que uma pergunta compassiva sobre a sua doença. Mas Parcival ficou sem fazer a pergunta ........

E porquê não perguntou ?


Para mim é um dos aspectos mais interessantes da lenda ...... Não perguntou porque foi educado pela sua mãe "longe do mundo e das suas maldades" segundo o principio que cada um tem de se preocupar unicamente dos proprios assuntos e semp
re é melhor calar do que falar (já sabem: "em boca calada não entra mosca" o dito predileito dos oportunistas e dos cobardes).

O que Parcival teria que ter feito era reagir adecuadamente na situação, a seguir o seu coração e não os principios inflexiveis da educação dele. Teria que ter sabido que viver compaixão e compartilhar a vida com outros é ao mesmo tempo o mais importante principio etico como a mais grande fonte de felicidade. Nao obstante ele não fez a pergunta , limitou-se a observar e assim perdiu o gral q
ue estava no seu alcance........ Mas como é uma lenda teve outra oportunidade.....

E o que tem a ver Parcival e o Gral com o Zé-Carlos ??

E muito simples, ele estava visivelmente muito doente e quem não fez a pergunta comp
assiva fui eu. E porquê ?? Pois, pelo mesmo motivo que o Parcival: é maleducado fazer perguntas sobre temas privados a pessoas que nao conhecemos bem.

E fico pensativa. Agora é tarde demais porque o Zé-Carlos morreu há dois dias e já não há segunda oportunidade. Teria de ter feita a pergunta ou era indiscreta ? A logica disse que era indiscreta o coração disse que não perguntar foi uma falta de compaixão. A unica verdade possivel será que cada situação que aparece obriga-nos a decidir qual o comportamento adequado e penso que o meu foi adequado mais sinto q
ue não foi.

Eis - como previsto - um post muito incoherente. Nem o problema ficou muito claro, nem há resposta salvo a constatação que na vida sempre há mais perguntas do que respostas. E finalmente é bom porque assim ficamos em movimento. E se não fosse bom não mudaria nada no facto que é assim. Ah, que horror de argumentação. Paro senão termino num laberinto sem saida :))


o laberinto da catedral de Chartres


12 comentários:

Anônimo disse...

Fico contente por ter escrito este post.
Estou muito triste.
Não conhecia o Zé Carlos.
Esse não conhecimento bloqueou muita coisa. Muitas palavras.
Escreveu alguns comentários no meu blog e deixou de fazê- lo.
É o problema da net.
Já agora...esperava que escrevesse.
Obrigada.
Estrela( é o meu nome verdadeiro).

Myriade disse...

Ola Estrela ! Sinto muito !! Sim, o Zé Carlos foi um homen muito simpatico e carinhoso e inteligente e disponivel ..... e provavelmente muitas coisas mais que nao sei....
um abraco para ti

QZ disse...

Todas as nossas decisões, actos e pensamentos, mediante um determinado ponto de vista, são irreversíveis. Mas só nos apercebemos disso quando de nós se aproxima algo que consideramos realmente irreversível, como a morte física.
Ficam sempre coisas por dizer às pessoas que para nós foram especiais de alguma forma e que partiram deste mundo. Mas é o nosso apego, ao nosso próprio passado, às nossas próprias formas mentais, que nos faz recordar tal. E não vale a pena apegarmo-nos. Mas é mais fácil dizermos isso do que fazermos (falo por mim).
Se calhar, antes ficar calado neste momento :)

Myriade disse...

Pois, Luis, concordo plenamente contigo !! Nao há obstaculo mais grande na vida que o apego. Eu sei ..... tenho de facto muito tendencia ao apego, mas trabalho nisso e até já com algum sucesso :))

E tambem estou convencida que no fundo sempre só choramos por nos mesmos por medo da falta de constancia das nossas vidas e quando comprendemos que nao é nos outros que vamos encontrar seguranca que de facto nao ha seguranca na vida.

Mas nao costumo falar disso em publico porque muitas pessoas que nao reflectiram sobre o tema e provavelmente nunca reflectirao ficam irritadas e feridas e consideram uma falta de respeito ....

mdsol disse...

Desculpa? O Zé Carlos faleceu? Como? Como soubeste? Diz-me! Como sabes não o conhecia. Há dias no blog perguntei como estava e ele respondeu que não estava bem. Estava para lhe mandar um email mas com a correria em que ando ainda não tinha tido tempo... Acho que amanhã çhe ia escrever...Ohhhhhhhhhh Conta-me o que souberes sim?

Myriade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Myriade disse...

Nao sei nada mais que tudos os que leram a noticia no blog do Zé-Carlos. Já vi que tu tambem leste. Quando o conheci ele teve muitos problemas de saude.Dava-me a impressao que tinha passado por um ataque de apoplexia porque andava só com grandes dificultades e tambem notava-se na maneira de falar. Mas eu nao perguntei o que era ! E ainda por cima tinha uma tos de fumador impressionante que parecia que os pulmoes estavam muito atacados mas seguia a fumar. E tambem nao perguntei por isso.

E achei muito corajoso e uma prova de muita vitalidade e de muita disciplina que ele num estado de saude tao fragil ainda tinha vontade e interesse para conhecer pessoas novas.

Farewell !!

mdsol disse...

Wolkengedanken

Depois de ler este teu post naturalmente fui ao transdisciplinar e li a notícia.
Fiquei muito triste! E aborrecida por não ter percebido que a ausência dele dos comentários eram por falta de saúde e não por ter desgostado do blog!
Enfim! Fica o que se partilhou através do blog!
beijinho
:))

bettips disse...

Vale sempre a pena, a compaixão e empatia pelos problemas dos outros. Como companhia nesta vida de passagem.
E a reflexão sobre o chôro por nós é verdadeira, choramos a criança que temos "de castigo" desde que entramos em vida adulta!
Bjinho

Myriade disse...

Isso é verdade ! E interessante que estas a falar de que choramos a nossa crianca interior porque a minha amiga psiquoterapeuta esta a fazer uma formacao em terapia de trauma e a ideia principal é curar traumas dando desde o momento actual a forca ou o carimho ou o que seja que faltou a crianca no momento do trauma. ela contou-me uns casos muito interessantes.

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