"Sétimo Céu", de Caryl Churchill, no Teatro Mirita Casimiro, com encenação de Fernanda Lapa.
Tradução de "Cloud Nine", Sétimo Céu é uma peça sobre a vontade e o ser: o que queremos e não queremos ser e o que somos, o que queremos e não queremos que os outros sejam e o que são, o que julgamos que queremos e não queremos e o que queremos, o que julgamos que somos e não somos, etc. etc. etc.: as trágicas e cómicas relações humanas de umas pessoas com as outras e consigo mesmas, quer sejam adultas quer sejam crianças, homens ou mulheres, pretas ou brancas.
Os actores e as actrizes (Amadeu Neves, Fernanda Lapa, João Grosso, Luis Gaspar, Marta Lapa, Sérgio Praia, Sofia Nicholson) não representam necessariamente os papéis do seu sexo, raça ou idade o que, ao questionar o querer e o ser, nos mostra que representar é também revelar o que não é observável.
Esta peça em dois actos está em cena até 22 de Fevereiro.
VEJAM-NA!
O que me emocionou muito foi a ultima cena. Ve-se uma mulher de idade mediana contar como é a sua vida agora e os espectadores sabemos como foi essa vida na juventude dela. E compreendemos que ela libertou-se de muitas normas e dogmas que governavam a sua vida e não a deixavam ser ela mesma. E então aparece na cena o actor que fazia o papel desta mulher de jovem e as duas personagens aproximam-se uma da otra e abraçam-se e ......... termina.
E mais o menos isso o que se faz actualmente na terapia de traumas: reconciliar a pessoa actual com ela mesma tal como foi no momento em que aconteceu o trauma, seja de criança, seja de adulta .....
Um comentário:
Gostava imenso de ver. Conheço a Fernanda Lapa pessoalmente e sei bem o quanto ela se entrega de paixão em cada trabalho que realiza.
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